terça-feira, 21 de abril de 2009

GERÚNDIO

Há um sol maravilhoso
Aquecendo futuros sucessos
Entre risos e vidas sadias
Pelos quais deveremos passar
Talvez hoje, um dia, decerto;
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Há um sol, horizonte lindo
que só os olhos agudos
Dos que pensam adiante
Desvendarão tantas cores
Ao longo do vivendo;
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Há um sol, realizando o sim
Face exposta em gerúndio
Onde nada começa ou termina
E a paz não é um sonho,
A vida um acontecendo;
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Há um sol maravilhoso
Sem o qual seremos menos,
Natureza em dissimulações;
Beleza maravilhosa
Sol, pessoa, lindo sol.
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FELICIDADE

É maravilhoso viver você
Pensar carinhoso,
Sonhar,
Acontecer!
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MEDIANA (MENTE)

Tenho mente mediana
Mente em constante confusão
Não sei se é culpa da mente
Ou dos homens dessa linda nação,
Nação que é Estado organizado
Política(mente), insconstante(mente).
E a mente mediana
Carente de informação
Confunde, confunde-se, confusão!
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DESPERTAR

Uma chama ardente
No interior de um ovo, transparente,
Silenciosamente consome,
Voraz!
Frágil corpo, bem sei,
Ou mais!
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É tudo, quase nada,
Real ilusão, a vida
Descrente, às vezes
Sem razão de ser.
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Medo constante, quem sabe?
Receio de alar as próprias idéias
Amar a energia, criar
sem limites, sem panaceias!,
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Permanecendo inerte, bem sei,
Nada realizarás, a chama apagarás
E o ovo, um dia opaco,
Jamais quebrarás!
.
Permanecendo inerte, bem sei,
Nada realizarás, a chama apagarás
E o ovo, um dia opac

EU

Nunca assumo a culpa
Nem mesmo estando só
Entre quatro paredes,
Diante do espelho;
Sempre arrumo um jeito,
Maneira especial de mentir,
Arranjar um culpado e fugir;
Fugir da verdade, dos fatos.
Sonego e nego meus atos.
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LITORAL

Lindos bronzeados
Pelos oxigenados
Bate-papo gostoso
Só desejo de amar
E um sorriso dengoso
Corpo entregue ao mar.
Adesão ao sim
Abaixo o não!
Lindos lábios carmim
Só porque é verão!
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O POETA, POETA

O poeta entristece
Se lhe rompem a bandeira;
O poeta fenece
Se lhe roubam o cérebro;
Mas o poeta, poeta
Jamais terá bandeira;
E o poeta, poeta
Também não tem cérebro
Que lhe possam roubar;
O poeta é poeta,
Um sopro talvez,
Um sonho, quem sabe?
Um fogo sem chama,
Uma ponte, uma ave.
O poeta é poeta!
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A COR DO SENTIR

Num mundo tão colorido,
Onde tudo carece de cor,
Branca é a cor da paz,
Verde é a esperança vivida,
Colorindo florestas e mares,
Refletindo o brilho dos raios
De um sol tão vivo no céu azul
Sem o preto das tristezas,
O roxo dos funerais;
Flores rosas, amor da vida
Sofrida e amarelada,
Encarnada de violência
Sangrando toda a Terra;
Vermelha é a cor da guerra
Que nunca compreendi.
O que sinto nesse momento
Tão singelo do meu pensar,
Teria uma cor, eu não sei,
Com a qual representar?!
É tão ilusória a cor
Da vida que sempre tive,
Pois só angústia ficou
No homem que hoje vive.
Não tem fim este carpir
Que a vida me impingiu;
E até mesmo quem amou,
Certamente um dia sentiu.
Não tem cor este sentir,
Vibrante e sem emoção,
Descoloriu meu coração.
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MASCAR (A) VIDA

Um oscilar constante,
Maxilar subindo e descendo,
No meio o chiclete
Envolto em saliva morna
Sofrendo pressão dentária;
Um amassar sem ritmo
Entre palavras recém-criadas;
E a boca entreaberta
Entre um amasso e outro
Permite-nos ver o céu
Da boca sem estrelas;
Boca sem lábios carnudos
Sem sorriso iluminado,
Muitos dentes cariados,
Amassando o chiclete,
Produzindo saliva,
Iludindo o estômago
Sofrido há muito,
Nutrientes ausentes,
E o chiclete bailando no céu
Da boca sem estrelas,
Sem lua, sem sol.
Quem observa distante
Até pensa que o dono da boca
É um despreocupado,
Está em paz com a vida
Naquele oscilar constante,
Maxilar subindo e descendo,
Mascando a vida,
Suportando a lida,
Desejando a comida,
Aguardando a partida.
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